Palavra

Pa.la.vra (Lat. parabola) sf. 1. Fonema ou grupo de fonemas com uma significação; termo, vocábulo. 2. Sua representação gráfica. 3. Manifestação verbal ou escrita. 4. Faculdade de expressar ideias por meio de sons articulados; fala. 5. Modo de falar. 6. Promessa ou garantia verbal que se dá a alguém. Palavra de honra. Aquela em que alguém empenha sua honra, sua credibilidade. (Us. tb. Como interj., para prometer ou assegurar.) Dar a palavra a. Permitir que (alguém) fale.

Aurélio.

domingo, 11 de novembro de 2012

Os sentidos. Parte I


Os contos são historinhas que nos faziam viajar e esquecer do mundo quando criança. Coisa bem boa. Agora vou usar uma famosa para despertar nossa atenção como adultos pós-modernos apressados.
No conto do Chapeuzinho Vermelho, o lobo mau nos da uma ideia da função e do valor que cada um dos nossos sentidos tem.
Ao indagar o velho lobo à menina obteve as respostas mais simples, porem muito claras e objetivas, como deve ser para com o vinho e comida também.
 Um trecho apenas para relembrar partes do velho conto que nos interessa e ainda encanta as crianças hoje em dia. Quando bem contado.

O diálogo

Chapeuzinho vermelho: nossa vovozinha para que esses olhos tão grandes?
Lobo mau: é pra te enxergar melhor minha netinha.
Chapeuzinho vermelho: nossa vovozinha pra que esse nariz tão grande vovozinha?
Lobo mau: é pra te cheirar melhor minha netinha
Chapeuzinho vermelho: nossa vovozinha, mas pra que essa boca tão grande?
Lobo mau: é pra te comer melhor minha netinha.

Pode confessar lembrou-se do tempo de criança, não foi?
Mas a ideia era essa mesma.  O mundo pós-moderno nos leva a fazer tudo ao mesmo tempo, inclusive às tarefas mais importantes para a vida. Comer e beber.
Não precisamos ir muito longe. Pense em uma refeição cotidiana, em casa, na rua, ou no restaurante.  
Apostos à mesa nosso mise em place tem mais coisas alem de garfo, faca, prato e taça. Vamos listar alguns, televisão, todos os “ I connections", ou seja, alguma coisa que nos deixe on nas redes, vendo os e-mails, trabalhando ou ao celular. 
Resumindo a ideia, seria dizer que nossos olhos estão nas telas, o nariz está em off . A boca mastiga e engole mecanicamente, os ouvidos estão distraídos entre todos os sons que não nos dizem nada.
Nossos sentidos estão trabalhando separados e atrapalhados. É o caos à mesa. 
O sucesso na harmonização gastronômica é amplificar o que já é bom, ou seja, um componente completando o outro. Nossos sentidos também funciona assim.
A reeducação alimentar não consiste em apenas escolher bem os alimentos ou lugares onde comemos, mas em dar toda atenção ao ato de comer e beber.

Degustar é beber ou comer com atenção. 

Saboreie mais com olhos, nariz, ouvidos e boca as refeições.








Quem é quem.

Laura Domaine de Montcy -Loire

Enólogo é a pessoa responsável pelo cultivo, colheita e produção do vinho, cuidara do vinho até que ele saia engarrafado da vinícola. Esse é o cara!O pai do vinho!

Sommelier
 é a pessoa responsável pelo vinho e tudo que se refere a ele no restaurante. Essa espécie pode ser encontrada também hoje cada vez mais em importadoras e áreas especializadas de alguns supermercados.

Enófilo
 é a pessoa apaixonada pelo mundo do vinho e estuda por conta própria. Faz cursos e viagens a regiões vinícola, pois geralmente é agraciada pelo din-din e tempo  ($$$$)  e pode beber muito bem.

Eno-chato 
essa espécie originou-se de uma falha genética da espécie dos enófilos, porem a diferença está na forma que apresenta seu conhecimento e gosto pelo vinho, que nem sempre faz sentido. Geralmente têm dificuldades de relacionamento com a espécie Sommelier.

*Bebedor é uma espécie um pouco ingênua, mas talvez seja a mais sincera de todas. É aquela pessoa parceira, que não liga para marca, preço ou mesmo qualidade. Apenas desfruta do ato de beber, sempre vai achar bom.


 * Essa foi apenas para brincar com aquelas pessoas que não ligam para detalhes à mesa.

domingo, 28 de outubro de 2012

Sobre as lágrimas do erro.

Certa vez alunos questionaram o mestre da adega, sobre as lágrimas do vinho que escorrem pelas paredes da taça.
é a gordura do vinho, sua glicerina. – ele respondeu
então é por ai que se reconhece um bom vinho?
exatamente!
e se o vinho não chora?
é porque não é de qualidade.
Após os alunos saírem, para não contrariar o mestre na presença deles, e ele foi censurando por colegas.
induziu-os ao erro conscientemente!
A resposta foi de cunho psicológico.
“a explicação é errada, mas é tão satisfatória. E como afinal todo vinho tem lagrimas...”
Preferem o falso que enfeita e é simples ao verdadeiro que desmistificar e é sempre mais complexo.
Nisso reside, sem duvida o mecanismo da persistência do erro.


Fonte: Peynaud, Émile. O gosto do vinho página 21, sobre as lágrimas.

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Fernando Pessoa poeta português

O banquete.

"Toma a vida como se de um banquete se tratasse
Pensa na vida como se tratasse de um banquete no qual te comportasses com cortesía.
Quando te passem as bandeijas, extende a mão e sirva-se de uma porção moderada. 
Se uma travessa te passa ao longe, desfruta do que tens no prato. 
E se um manjar ainda não te foi oferecido, espera pacientemente a que chegue a voce."

Epíteto filosofo grego

Las palabras andantes.

En la pared de una fonda de Madrid, hay un cartel que dice:
Prohibido el cante.
En la pared del aeropuerto de Río de Janeiro, hay un cartel que dice:
Prohibido jugar con los carritos porta-valijas.
O sea: todavía hay gente que canta, todavía hay gente que juega.
By Mr. Eduardo Galeano

EMBRIÁGUENSE

Hay que estar ebrio siempre.
Todo reside en eso: ésta es la única cuestión.
Para no sentir el horrible peso del Tiempo que nos rompe las espaldas y nos hace inclinar hacia la tierra, hay que embriagarse sin descanso.
Pero, ¿de qué? De vino, de poesía o de virtud, como mejor les parezca. Pero embriáguense.
Y si a veces, sobre las gradas de un palacio, sobre la verde hierba de una zanja, en la soledad huraña de su cuarto, la ebriedad ya atenuada o desaparecida ustedes se despiertan pregunten al viento, a la ola, a la estrella, al pájaro, al reloj, a todo lo que huye, a todo lo que gime, a todo lo que rueda, a todo lo que canta, a todo lo que habla, pregúntenle qué hora es; y el viento, la ola, la estrella, el pájaro, el reloj, contestarán:
“¡Es hora de embriagarse!"
Para no ser los esclavos martirizados del Tiempo,
¡embriáguense, embriáguense sin cesar!
De vino, de poesía o de virtud, como mejor les parezca.

Charles Baudelaire poeta francês.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Baudelaire